Na filosofia humanística do budismo Nichiren da Soka Gakkai há duas formas de felicidade: a relativa e a absoluta
Uma rápida passada de olhos pelas manchetes do dia é suficiente para deixar o mais incauto dos mortais, no mínimo, em profundo estado meditativo e/ou melancólico. É fato que a humanidade encontra-se num descompasso. Ao mesmo tempo que nunca em sua história houve tamanha oferta de alimentos, é incompreensível e inaceitável que tantos milhões de seres humanos ainda estejam submetidos à fome e à miséria. No que se refere à questão da sociedade, vivemos na era da tecnologia que deveria proporcionar bem-estar e tranquilidade, já que todo tipo de informação necessária está a um clique de distância somente; porém não é o que se vê. Conflitos armados permanecem eclodindo, desequilíbrio ambiental devido ao desmatamento, estamos vivenciando o finalzinho de uma pandemia global nunca antes vista, que ceifou milhões de preciosas vidas humanas. Mas então, onde está a felicidade?
Na visão do budismo Nichiren da Soka Gakkai, existem duas formas de felicidade: a relativa e a absoluta.
Felicidade relativa e absoluta
Conquistar a casa própria, uma promoção, um novo bem de consumo há muito desejado entre outras vitórias semelhantes é o que se denomina felicidade relativa. São os desejos naturais e cotidianos, efêmeros portanto, pois duram o tempo exato da ocorrência de um novo fato da vida. E, muitas vezes, há ainda aqueles que têm a duração exata da chegada do boleto de cobrança e, chega junto com o papel impresso, o arrependimento. Não há felicidade real possível em uma conquista dessa natureza.
Entretanto, a felicidade absoluta é obtida ao alcançar a condição de vida em que nada nem ninguém é capaz de abalar sua serenidade e plenitude. O buda Nichiren, exilado na ilha de Sado em pleno inverno japonês, vivendo numa choupana coberta de palha e tendo como única vestimenta um fino quimono de algodão, num de seus escritos, se auto proclamou “o homem mais feliz do Japão”. Tal afirmação feita em meio a tal circunstância adversa era uma declaração de que atingira sua plenitude espiritual, ou a felicidade absoluta, por ter alcançado a sabedoria suprema de seu propósito naquela existência.
E, ao revelar que, mesmo em sua condição de mortal comum era capaz de se alegrar e se sentir pleno num ambiente tão inóspito, ele deixa claro que se trata de uma condição possível a toda a humanidade, não é exclusiva a ele, pois todos possuem a centelha do buda dentro de si. Ao revelar e potencializar essa essência, a felicidade absoluta se torna real.
Então, como é possível atingir tal condição de vida?
Todos os mais de 12 milhões de associados da Soka Gakkai Internacional no mundo têm a plena convicção de sua condição potencial de buda. Creem que o Budismo Nichiren é o ensinamento que responde à questão fundamental de como cada indivíduo pode obter a felicidade real.
Num discurso proferido SGI-Tailândia pelo presidente da SGI, o dr. Daisaku Ikeda [i] , ele ressalta que “devemos seguir pelo melhor curso de nossas vidas”.
Muitas filosofias, pensadores e religiões se aprofundam e buscam respostas para essa questão. Mesmo nas áreas de nosso cotidiano, como a política, economia ou ciência, também não estão desvinculadas desta questão, pois seu propósito original é ajudar as pessoas a viver uma vida feliz e plena. No entanto, nenhuma dessas áreas consegue uma resposta à simples pergunta: “qual é o melhor curso de uma vida?”. Ninguém possui uma resposta direta e clara que vá ao encontro das expectativas das pessoas.
No curso da vida, vários fatos ocorrem e concorrem para nos perturbar – doenças, dívidas, dissabores afetivos entre outros. São todas as situações que podem acontecer a cada instante e das quais é impossível evitar. A chave para conduzir uma vida sempre à frente das intempéries é a fé e a prática individual e coletiva na filosofia humanística do Budismo Nichiren, promovida e difundida pela Soka Gakkai. A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo faz surgir do nosso interior a força para sobrepujar as circunstâncias adversas e também fazer brotar a esperança. Segundo o presidente Ikeda, a esperança é a grande e imensurável fonte de energia vital. Ele enfatiza que a morte da esperança equivale à morte do espírito. Ele exemplifica com os relatos dos sobreviventes dos campos de concentração na Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. Apenas os que cultivaram a esperança, não sucumbiram. Nada neste mundo é tão forte quanto a esperança e o senso de missão.
No livro Felicidade , do dr. Ikeda, são apresentados seis pontos para cada um edificar sua própria felicidade:
1. Plena realização — Sentir-se bem ao realizar com êxito suas tarefas cotidianas;
2. Possuir uma filosofia profunda — Este ponto confere ao ser um sentido de existência correto, tanto ético como moral. É o que nos faz seguir pelo caminho correto sem sucumbir às constantes armadilhas da vida, como as pequenas contravenções (ultrapassar um farol vermelho, ou mesmo o amarelo; surripiar uma caneta de um balcão de informações; pegar mais de uma amostra grátis; etc);
3. Ter convicção — A decisão advém de uma prática constante, para si e para os outros;
4. Viver alegre e vibrantemente — Quando se cultiva os três pontos acima, este quarto chega naturalmente. Passa-se a ver o mundo sob a luz positiva do humanismo, com a sabedoria de considerar tudo parte de um processo necessário para o auto aprimoramento, mas com o olhar fixo na realidade que o cerca;
5. Coragem — Coragem não é a ausência de medo, mas o modo como controla o temor e desafia a si mesmo a ultrapassar o obstáculo;
6. Tolerância — Esse ponto tem a ver com o olhar complacente de um buda em potencial, que não julgou, nem discrimina; que têm um coração puro e olha para o outro à sua frente e enxerga outro ser humano que também deseja e merece a felicidade. A partir desse sentimento sincero, brota o desejo de ajudar a transformar a realidade à sua volta e a conexão de vida-a-vida se faz.
Finalmente, todos os seis pontos podem ser resumidos na palavra FÉ . É somente por meio da fé que cada pessoa conquista sua felicidade absoluta, que passa necessariamente pela consciência de que ninguém é feliz sozinho. Para que eu seja feliz é preciso que os que me são caros, os que se encontram ao meu redor também sejam felizes. O budismo Nichiren concluiu que o caminho para o estado de buda está justamente em cultivar um coração de fé firme e elevado estado de vida altruístico. Quando se ora sincera e fervorosamente pela felicidade de toda a humanidade, atinge-se naturalmente a plenitude, ou a felicidade absoluta.
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