Profissionais de Saúde e Juristas realizam encontros para seus membros e convidados
Depas: reflexão para a conscientização visando um mundo de paz
Roda de discussão: Juristas da BSGI em constante aprimoramento
A cidadania plena só pode ser obtida a partir da superação dos limites impostos pelas contradições socioeconômicas que impedem o livre acesso à educação e à arte o que causa uma imensa lacuna na formação integral da população. A cultura humana é a mais sublime expressão de sua alma e deve ser forjada no sentido de valorizar a vida, sempre são desafios para este novo milênio proporcionar, não somente condições de acessibilidade aos bens culturais, mas também de conscientização quanto ao valor e a importância de sua identidade enquanto Nação. É com esse objetivo que os departamentos que compõem a Coordenadoria Cultural realizam eventos sazonais para aprimoramento individual de seus membros. Em setembro, os Departamentos de Saúde e de Juristas promoveram palestras com temas pertinentes às suas áreas de atuação.
No dia 10, o Departamento de Saúde (Depas) realizou o evento A Depressão segundo a Ótica da Neurociência e do Budismo, no auditório da Paz do Centro Cultural da BSGI. Os palestrantes convidados: dra. Edna Bertini, neurocientista e professora da Unifesp e o dr. Sidney Tojer, médico e coordenador do Núcleo de Orientação Social da BSGI.
Segundo Edna, a depressão é uma doença ou um distúrbio afetivo, que atinge a humanidade desde suas origens. Atinge a autoestima, o que exacerba o sentimento de inferioridade, tristeza, pessimismo, e é desencadeada por uma séria de fatores que, combinados entre si pode agravar e ocasionar o aparecimento de outras patologias associadas. Pode surgir em todas as idades desde a infância até a terceira idade.
Diferente do senso comum, é uma doença que atinge diversas áreas químicas do cérebro, causando desequilíbrio neuroquímico. Mesmo diante de tanta informação à disposição, os doentes ainda são alvo de muito preconceito, o que só agrava sua condição, pois a descrença quanto a gravidade da doença tanto por parte do próprio paciente como por parte dos familiares é algo mais comum do que se imagina.
Edna enfatizou que, além do tratamento convencional com remédios e terapia, uma mudança de atitude é fundamental para superar a doença. “Visão de mundo pessimista leva à neurotransmissão negativa do sistema endócrino e imunológico”, afirmou.
É nesse ponto específico que a palestra do médico Sidney Tojer se concentrou. Além de abordar os aspectos fundamentais da visão de mundo budista, sempre cercada de positivismo, ele elucidou como o cérebro processa a meditação do mantra budista Nam-Myoho-Renge-Kyo. “O princípio budista da Unicidade de Corpo e Mente é algo que a ciência só admite há 70 anos, algo que o buda Nichiren, no século XIII já enfatizava como um ponto importante para a plenitude humana”, explicou o médico.
O evento Violência de Gênero e Violência contra a Mulher: uma Afronta à Didnidade Humana, promovido pelo Departamento de Juristas também no Centro Cultural da BSGI no dia 23, reuniu cerca de 40 pessoas e contou com a palestra da advogada Gabriela Sequeira Kernesse, militante da OAB na área de Direitos da Mulher. Gabriela é associada da BSGI há 28 anos.
Uma em cada três mulheres sofreram algum tipo de violência no último ano. Só de agressões físicas, o número é alarmante: 503 mulheres brasileiras vítimas a cada hora, dados recentemente publicados e que demonstram o grau de relevância que o tema da palestra possui ainda hoje.
“A Lei Maria da Penha é considerada uma das três leis mais completas do mundo”, ressaltou a jurista. Um dado bem pouco conhecido é que não somente a mulher é protegida por essa lei, mas travestis e transgêneros também. “Desde que a agressão tenha ocorrido pelo motivo da pessoa ser mulher, a lei se enquadra”, conta.
Os números da violência contra mulher só no Brasil são mais do que alarmantes. Cerca de 22% das brasileiras sofreram ofensa verbal no ano passado, um total de 12 milhões de mulheres. Além disso, 10% das mulheres sofreram ameaça de violência física, 8% sofreram ofensa sexual, 4% receberam ameaça com faca ou arma de fogo. E ainda: 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% levou pelo menos um tiro (dados do DataFolha divulgados este ano, no dia 8 de marco, Dia Internacional da Mulher).
São números alarmantes. Porém, não é possível apenas indignar-se. É preciso e posicionar-se e agir. O presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda, há décadas, denominou o presente século de Século das Mulheres, como forma de enobrecer o caráter feminino que há tanto tempo vem sendo marcado pela discriminação e intolerância. Avanços foram conquistados mas infelizmente ainda há um longo caminho a percorrer.
“O budismo de Nichiren Daishonin, o sábio japonês do século XIII que já em sua época dizia que ‘não deve haver diferença entre homens e mulheres’, é um exemplo de que a filosofia humanística deste budismo é um caminho para a obtenção da igualdade de gênero tão necessária e almejada desde sempre.
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