Terezinha Maria Barbosa é uma veterana da BSGI que iniciou sua jornada no budismo ao se encontrar com o presidente Daisaku Ikeda em 1984
Cercada de mimos por filhas e netos
Terezinha com seus dois bisnetos
Terezinha, no alto de seus 85 anos é uma jovial veterana. Alegre, risonha e feliz. Provavelmente essa é a melhor descrição dessa pessoa encantadora. Nascida e residente em Petrolina-PE, o sorriso luminoso deixa claro que se trata de uma pessoa que viveu intensamente uma vida de desafios, mas que nunca desistiu dos sonhos. “Desde que conheci o budismo, nunca mais passei necessidade!”, iniciou a jovial Terezinha.
Contou ela que viviam em Petrolina – ela, o marido e 3 filhas (duas outras já se encontravam em Recife para estudar) – e perderam tudo. “Meu marido foi um homem bom, trabalhador, mas não tinha cabeça para os negócios”, contou. Assim, a convite de um irmão, lá se foram para São Paulo, buscar uma vida melhor.
Pouco depois da chegada, a mãe de Terezinha já vivia há anos na capital paulista e precisou ser internada, gravemente enferma e os médicos não lhes davam muitas esperanças. Foi quando sua irmã Joana, budista, ensinou-a a recitar o mantra. “Eu fazia promessa a todos os santos que conhecia e até a outros que me indicavam, mas minha mãe não reagia. Minha irmã me ensinou a recitar o mantra e eu me agarrei a ele”, orava com todo o coração para que sua mãe se restabelecesse.
Em meio a esse momento delicado da família, toda a BSGI se preparava para o Festival Cultural de 1984 que recepcionaria o presidente Ikeda após 18 anos de ausência. Joana, a irmã estava no coral e tinha dois convites para o ensaio geral do grande evento e cedeu-os à Teresinha e seu marido: “vá e veja a grandeza dessa organização!”, disse-lhe.
No dia do evento, já na entrada, admirou-se com a organização. Grupos de jovens rapazes vestindo branco indicavam os portões e, lá dentro, outros mostravam os lugares. O casal entrou e sentou-se, observando com assombro todas aquelas pessoas. Pouco tempo se passou e uma porta se abriu Por ela entrou um homem nipônico e toda a plateia começou a aplaudir e a chorar. Terezinha, emotiva por natureza, emocionou-se junto.
O homem desceu as escadas e passou ao lado do casal, sorrindo. Foi descendo calmamente, chegou até o chão do ginásio e abriu os braços. Foi quando irromperam aplausos ainda mais intensos e o inesquecível “pique-pique-pique”. Ele percorreu boa parte da extensão do local, cumprimentou o público e foi para o camarote reservado a ele para assistir ao Festival.
“Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Só sei que comecei a chorar e só parei porque meu esposo me falou pra parar ou ele ia embora”, contou rindo. Assistiu ao grande evento e sentiu que algo mudara nela. Foi para casa com o coração acalentado.
Poucos dias depois, ao visitar sua mãe no hospital, onde já se encontrava em coma há semanas, o médico lhe disse: “sua mãe deu sinal de vida. Sente-se junto dela, aperte sua mão e fale com ela”. Terezinha assim o fez.
“Mãe, sou eu. Estou aqui!”, ao dizer essas palavras sentiu que sua querida mãe retribuía seu afago carinhoso. Mais uns dias e pode levar sua mãe para casa. “Me converti, nunca mais deixei a prática e minha fé só cresce a cada dia!”, exclamou.
Suas cinco filhas e as respectivas famílias são budistas, apoiando-na em tudo. Vivem espalhadas pelo Brasil e uma delas está no exterior. Deram a ela quatro netos e dois bisnetos. Seu marido, já falecido, também se converteu e a acompanhou na prática por muitos anos. Seus negócios prosperaram e eles puderam voltar a Petrolina onde ela vive até hoje e ajudou a criar a organização BSGI de hoje da localidade. Ela diz que seu maior presente foi a cura de sua mãezinha que prolongou a vida até os 90 anos, cercada de afeto dos filhos e netos e recitando o mantra budista.
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