“A perspectiva budista de que a vida é eterna abrange as três existências do passado, presente e futuro não apenas traz esperança para a pessoa mas também aos outros, encorajando-os e dando-lhes força”. Daisaku Ikeda
No budismo Nichiren, o conceito da eternidade da vida concede uma visão ampla e reconfortante perante o luto. No budismo, todos somos budas tanto em vida como em morte. O Buda Shakyamuni disse em certa ocasião:
“Quando estava vivo, ele era um buda em vida e agora é um buda morto. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte. Esse é o significado da doutrina fundamental chamada atingir o estado de buda na forma que se apresenta”.
Cada indivíduo é parte de uma imensa massa energética que rege todos os fenômenos do universo. Quando vivos essa centelha energética que nos mantém vivos, fornece o ímpeto para estarmos ativos e dinâmicos, dotados de inteligência e força para desenvolvermos nossas tarefas cotidianas. Ao morrermos, essa centelha energética não se perde, retorna ao Universo e permanece latente. Uma analogia bastante próxima é a da gota d’água que sempre retorna ao mar, por meio de diferentes caminhos, percursos, obstáculos, mas continua a ser a mesma gota d’água com todas as suas propriedades e características.
Nenhum ser deste planeta pode se ver livre de adversidades. A todo momento um revés pode ocorrer e destruir a aparente harmonia existente. Porém, o budista tem ciência desse fato, mas não sucumbe pois sabe que há uma causa para que essa consequência ocorra. O Sutra do Lótus é claro nesse aspecto: toda causa têm uma consequência, assim como a Lei da Física, da ação e reação. Mesmo um buda está sujeito a essas adversidades. O planeta passou por uma catástrofe sem precedentes, ao longo dos últimos anos, desde o início da pandemia da covid-19 em 2020, todos estiveram frente-a-frente com a própria mortalidade e, sob o impacto dessa visão, se depararam com algo inédito: o sentimento atroz do luto coletivo.
O presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda enfatiza que o sofrimento da perda de quem se ama é algo inimaginável. Ao nos defrontarmos com a morte de um ente querido a tristeza que se abate chega a ser incapacitante. Porém, quando recitamos o mantra Nam-Myoho-Renge-Kyo, ativamos as forças das quatro virtudes do Buda: eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza. Essas quatro virtudes ativadas possibilitam a quem recita o mantra, enxergar para além dessa existência e verificar que os laços que o unem ao ente falecido são eternos e, automaticamente, percebe não há mais a solidão da perda, mas o aconchego do afeto para com aquela pessoa falecida presente, reconfortando-a.
Todos somos dotados do ilimitado potencial do cosmos. Portanto somos capazes de utilizar todas as funções da Lei Mística e, quando esta entra em ação, outras forças energéticas e espirituais se interconectam em perfeita harmonia, revitalizando cada molécula de energia de nossa vida, possibilitando os meios para obter o conforto da sabedoria da eternidade da vida.
O luto coletivo pelo qual a humanidade passa no momento ainda é uma ferida aberta e vai perdurar por um longo período de tempo. O modo como cada um vai enfrentar essa dor difere de indivíduo para indivíduo, mas a experiência dos devotos do Sutra do Lótus é infalível: por meio da imensa sabedoria que advém da prática budista de orar e agir em prol da humanidade nos capacita a atravessar quaisquer adversidades e ainda transformar todo o nosso entorno, confortando, apoiando e levando harmonia ao caos.
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