No mês que se celebra o Meio Ambiente, trazemos a história de Stephanie Birrer, gestora Ambiental
“Pude viajar bastante, aprendendo com as pessoas e os territórios, especialmente com os corredores etnoambientais que envolvem o estado de Rondônia, o sul do Amazonas e o noroeste de Mato Grosso”
À beira do rio: locomoção única em diversos pontos da região Norte
O contato com comunidades quilombolas trouxe muito aprendizado à Stephanie
Trata-se de uma preocupação geral que aflige boa parte da sociedade: só temos um planeta. Tal constatação, embora óbvia, parece não preocupar outras parcelas que insistem em agir como se os recursos naturais fossem infinitos. Felizmente, para o bem de todos, há indivíduos engajados e preparados que vivem pelo ideal de preservar e obter os meios de recuperar o que já foi destruído. Uma dessas pessoas e a paulistana Stephanie Birrer.
*******
Além de ser gestora ambiental, Stephanie é vice responsável pelo Grupo Flora da BSGI, que tem como objetivo cuidar do meio ambiente, capacitando suas integrantes por meio de oficinas, estudos e pesquisas.
Desde muito jovem, Stephanie já se interessava pela reciclar o lixo de sua casa, pois entendia que era uma das maneiras à mão de contribuir com a preservação do meio ambiente. Preocupava-se com as áreas degredadas e contaminadas pelo lixo gerado pelas cidades e sabia que tinha um papel nisso. Essa consciência levou-a a optar pelo curso de Gestão Ambiental.
E, há pouco mais de 10 anos, em 2010, pode ter sua primeira experiência fora de sua cidade natal. Integrando o Projeto Rondon, lá se foi Stephanie para o interior do Maranhão. Integravam a equipe estudantes e o professor da disciplina Gestão de Políticas Públicas. Múltiplos olhares e saberes somaram-se ao conhecimento adquirido, ajudando a compor a formação de uma visão profissional integrativa do mundo à sua volta.
Ao retornar, foi em busca de novos projetos em que utilizar todo aquele imenso repertório recebido. Ingressoou no Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia (NAPRA). “Por esta organização, tive a oportunidade de conhecer Calama, uma comunidade ribeirinha, localizada em Porto Velho, Rondônia. Lá, decidi que iria morar na Amazônia por um período, bastante motivada por entender os impactos das usinas hidrelétricas e a grandiosidade da floresta”, contou a jovem gestora ambiental.
Dessa forma, entre 2012 e 2016, viveu em Porto Velho, trabalhando com comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e extrativistas. “Pude viajar bastante, aprendendo com as pessoas e os territórios, especialmente com os corredores etnoambientais que envolvem o estado de Rondônia, o sul do Amazonas e o noroeste de Mato Grosso”, explicou. Não contente com o conhecimento adquirido até então, buscou o mestrado com foco na compreensão das políticas públicas para a sociobiodiversidade.
Uma vivência rica de cheia de sapiências inusitadas, com certeza. De volta à capital paulista, mas manteve-se em contato para continuar o trabalho com povos indígenas em Altamira, no Pará; em Aracruz no Espírito Santo; e comunidades quilombolas do interior do Maranhão.
O ano de 2020 – que ficará marcado na história pela pandemia do covid-19 – iniciou um trabalho com uma organização de Mato Grosso, reconhecida na área socioambiental. “E hoje sou coordenadora do Programa de Direitos Socioambientais dessa instituição”, contou.
Stephanie finalizou suas palavras: “em minha experiência profissional, assim como na BSGI, busco aprender com as diferenças. E, também, busco tirar os povos e comunidades tradicionais da invisibilidade, valorizando os produtos e serviços da sociobiodiversidade”.
Voltar para o topo