Interdependência da pessoa e seu meio

“Sem o corpo não pode haver sombra. Analogamente, sem a vida, o ambiente não pode existir, embora a vida seja sustentada pelo seu ambiente.” (Nichiren Daishonin)

Semear, espargir, espalhar, compartilhar. A ciência ainda busca explicação sobre tudo o que se refere à concepção e ao surgimento da vida. Tudo é muito simples, inicia-se com um encontro e vai se mesclando e fundindo, em sinergia contínua e sem fim. Nascimento, vida e morte mimetizam-se em ciclo constante, ininterrupto, de transformação que se propaga desde o início até o aparente fim. Aparente pois a vida não tem fim, bem como a energia que a eterniza. Para se tornar um ser são necessários um sem número de ciclos que perpassam milhares de afoitos instantes coordenados. Todos iniciamos sementes e, ao final, voltamos ao princípio, novamente sementes. A cadeia que envolve os seres vivos é a mesma para praticamente todos os organismos vivos. Começa, desenvolve-se e finda-se. A eternidade, ao mesmo tempo efêmera, e infinita.

Tudo isso é resultado de uma interdependência entre os seres, cuja cadeia de vida estende-se pelos confins do universo. Macro e micro confundem-se e se interrelacionam. Daisaku Ikeda, em seu livro emblemático Vida, um enigma, uma jóia preciosa[1], coloca que:

Na medida em que a vida estende sua influência à circunvizinhança, o meio ambiente automaticamente muda de acordo com a condição da vida. Então, o meio ambiente que é um reflexo da vida interior dos seus habitantes – sempre adquire as características dos que nele existem. (...)

Cada vida é individual e, enquanto se manifesta neste mundo, a particular existência formada simultaneamente configura um meio ambiente com o qual seja compatível. Para ver a verdade disso basta olhar a circunvizinhança de uma pessoa particular, pois – nesse meio – podemos distinguir claramente todas as inclinações e características da sua vida. Se tentarmos imaginar um ser humano sem meio ambiente, estaremos falando de nada, configurando-o misticamente.

O desenvolvimento de cada ser é parte do desenvolvimento do outro, tanto o que se encontra ao lado, como o que está a milhas de distância. Um não se completa sem o outro.

Embora seja uma idéia aceita e consolidada em praticamente todos os meios, o que se vê na realidade é um distanciamento cada vez maior desta verdade em nome de um conjunto de dogmas que, ao longo da história, só tem causado desastres e sofrimento.

O planeta se ressente deste distanciamento a que o homem se impôs e vem dando mostras contínuas de seu desconforto. Tragédias inimagináveis acometem populações inteiras, causando imensuráveis desperdícios de vidas. Tufões, furacões, tsunamis, terremotos, erupções vulcânicas. Tudo ocorrendo em seqüência e em conseqüência do desequilíbrio a que o homem vem impondo o seu meio.

O ambiente em que o ser vive é parte dele e este, por sua vez, necessita de sua colaboração e afeto para subsistir em equilíbrio. A humanidade é parte de um processo evolutivo, em busca constante de desenvolvimento e crescimento. O planeta Terra, de acordo com a teoria de Gaia[2], é um ser vivo, lar de inúmeros organismos que devem conviver em simbiose para o bem deste imenso ser vivo. Cada indivíduo é parte de um processo contínuo de ação e reação que tornam a existência uma luta constante e incerta. E a capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A continuidade de nossa existência neste planeta depende de como encararemos o desafio da convivência harmônica com os demais seres que nela habitam. Não há mais tempo para questionamentos sobre alternativas quanto ao que ser feito. O momento é de agir e mudar. Só assim garantiremos a permanência e o processo evolutivo natural, tanto da espécie humana quanto do mundo em que vivemos.

[1] Livro de Daisaku Ikeda publicado pela Editora Brasil Seikyo.

[2] Elaborada pelo britânico James E. Lovelock, nos fins da década de 60 que, junto com a norte-americana Lynn Margulis, estudou a atmosfera dos planetas como forma de detectar a existência de vida biológica. O termo “Teoria de Gaia” foi criado em homenagem à “deusa grega Gaia”. Segundo os estudiosos, o planeta Terra é um ser vivo, sua biosfera tem a capacidade de gerar, manter e regular as suas condições ambientais.

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