Prof. Witold abrilhantou o evento do Depac
No último dia 30 de junho, o Departamento de Cientistas da BSGI promoveu o painel, “Ciência Humanística – participe desta construção!”, no auditório do Centro Cultural da BSGI. O evento teve como objetivo a discussão e a construção coletiva de um conhecimento novo, com vistas ao exercício da cidadania e a utilização das ideias em suas comunidades e aplicação nas relações humanas.
O ser humano, desde que se viu como um ser pensante, questiona sobre sua existência e busca interpretar suas ações e o seu entorno, atribuindo-lhes significados. O que chamamos de conhecimento, nada mais são que representações significativas da realidade. O Departamento de Cientistas da BSGI tem como objetivo principal voltar-se à construção de um pensar científico que priorize ideias que supram as necessidades das pessoas.
Conforme colocou o filósofo, humanista e presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda em sua proposta de paz de 2010, Novos Valores, Por uma Nova Era: “Se a tendência do motor do intelecto — ou seja, ciência e tecnologia — escapar do controle e não for freada, poderá gerar consequências realmente fatais para a humanidade. Os horrores de Hiroshima e Nagasaki puseram fim à fé no progresso que já havia sido fortemente abalada pelos acontecimentos das primeiras décadas do século 20. O pesadelo desencadeado pelo desenvolvimento de tecnologias de armas nucleares demonstra claramente o imenso perigo da interação de conhecimento de ponta, intelecto e desejo insaciável de poder”.
Para abrir o Painel, dois palestrantes de grande renome e destacada atuação, participaram do evento: o professor doutor Witold Zinitrowicz, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); e o professor doutor Osvaldo Catsumi Imamura, cuja formação se deu no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Ambos os palestrantes discorreram da questão da necessidade de se buscar um conhecimento que vise antes de tudo o ser humano, que não se limite às imposições do capital e da política.
“A tecnologia deve ser empregada sempre com o propósito de melhorar a vida das pessoas”, enfatizou Osvaldo. Ele esteve à frente do projeto das urnas eletrônicas, tecnologia brasileira que vem sendo exportada ao mundo. “Tínhamos um dilema: como fazer com que uma tecnologia tão sofisticada pudesse ser confortável e inteligível a todos?”, explicou. A solução foi simplificar ao máximo a interface com o usuário de forma a possibilitar o entendimento ao maior número de eleitores. “O que pensar, como pensar e para que pensar”, instigou Witold.
Sua palestra focou nas idiossincracias da ciência e os desvarios das políticas de utilização das tecnologias. “Muitas vezes, o melhor não é fazer um novo viaduto, mas promover melhorias nos transportes coletivos”, exemplifica. Ao longo dos anos em que foi diretor de Planejamento Urbano em São Paulo, ele se viu refletindo sobre o verdadeiro sentido da ciência. Segundo ele somente por meio de uma educação de qualidade – que priorize o diálogo, a necessidade humana e o bem estar comum – é que serão superados estes dilemas. O mesmo concluiu o presidente da SGI na mesma proposta de paz citada acima: “Sustentados pelo grande espírito de (..) conduzir uma vida de contribuições em benefício próprio e dos outros (..) de eliminar a miséria da face da Terra continuaremos confiantes no poder do diálogo, empenhados em despertar o que há de melhor em cada indivíduo. Este é o caminho para formar uma rede mundial de pessoas verdadeiramente comprometidas com a paz mundial e com a vida da humanidade”.
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