12 de August de 2013

Ações pedagógicas humanistas 2

Avaliação diferenciada

Beatriz: avaliações lúdicas

Beatriz Silva Groppa leciona Geografia na Escola Municipal de Educação Fundamental Jardim Santo Elias, de Pirituba, bairro da zona norte da cidade de São Paulo. A professora é associada da BSGI e membro da Coordenadoria Educacional. Seu relato de atividades foi compartilhado durante uma vivência educacional, parte da programação do 2º Fórum de Educação Humanista, realizado pela Coordenadoria Educacional da BSGI no Centro Cultural Campestre em 3 de agosto.


“Imagino que todo professor capaz de um olhar altruísta com seus alunos reconhece que uma prova tradicional – tipo perguntas e respostas, ou mesmo com enunciados com testes não reflete o verdadeiro conhecimento dos alunos”, iniciou a professora. Observando o desempenho dos alunos da 7ª série/8° ano nas atividades avaliativas teve a certeza de que realmente deveria aplicar outras formas de avaliação a fim de oferecer maiores oportunidades de sucesso a um maior número de alunos. “Afinal existem conhecimentos mesmo onde há dificuldades de leitura e escrita”, conclamou.


Após várias atividades escritas, de pesquisa e de perguntas e respostas pensou em aplicar uma prova bimestral diferenciada. “Minha ideia foi realizar uma prova oral em forma de jogo, no caso, ‘batata quente’”, explicou.


Mesmo decidida a mudar o formato da avaliação foram inúmeras as dúvidas. Primeiro a insegurança, dizia: “ah, é melhor não arriscar; um jogo no dia da prova vai virar uma bagunça!” Mas refletindo bem sobre o objetivo estruturou as regras e os critérios para atribuir as notas/conceitos e elaborou questões simples que fossem fáceis de lembrar sem que precisasse recorrer à leitura.


Pensou mais uma vez, muniu-se de coragem e iniciou. Explicou que faria uma prova oral na forma do jogo “batata quente” e que deveriam organizar as carteiras em círculo, para “passar a bola” enquanto ouvissem a recitação do tradicional “batata quente, batata quente, quente, quente .....”, e parar a bola quando ela avisasse. Aí viria a pergunta. Enfatizou que aluno “selecionado” poderia responder consultando o caderno, o livro didático ou outro material; poderia ainda consultar um colega e ambos receberiam a pontuação e o conceito em acordo com os acertos de suas respostas.


Previamente, Beatriz instruíra seus alunos sobre o conteúdo a ser estudado, mas não disse nada sobre o formato da avaliação. Naturalmente, ao receberem as instruções sobre a prova, sentiu a tensão e apreensão da classe. Pediu uma bolinha a um deles e o jogo começou. Imediatamente, as vozes em uníssono iniciaram a ladainha: “Ba-ta-ta quente, quente, quente…”. De forma natural, a sala animou-se e a apreensão se dissipou. Surpreendentemente, todos – apesar de algumas brincadeiras pontuais – fizeram silêncio no momento da pergunta. “Com isso, perdi o medo de inovar por conta de uma possível indisciplina”, contou Beatriz.


Em determinado momento, uma aluna estava com o celular buscando a resposta na Internet quando foi repreendida pelos colegas. Seguiram-se reclamações múltiplas:


– Não vale!


Serenamente, Beatriz explicou que a busca era válida sim, por todos têm de aprender a pesquisar e selecionar as melhores informações. Tal procedimento tem a ver com a criação de autonomia, independência. Afinal, não é essa a função da escola? Oferecer subsídios para que o aluno se torne um cidadão do mundo, autônomo, independente e capaz de fazer suas escolhas?


Os 45 minutos de tempo regulamentar de uma aula, todos os alunos tiveram a oportunidade de responder – sozinhos ou com o auxílio de um colega – e aprender; sentindo-se bem ao interagir e compartilhar suas respostas e também seus erros. Ao final, todos animados e satisfeitos, arrumaram as carteiras e perguntaram se teria mais prova no outro dia. “Já imaginaram isso: alunos querendo prova também no outro dia?!?!?!?”, exclamou Beatriz.


Outro fato curioso: depois de dois meses, no final do semestre, alguns alunos ficaram surpresos com as notas/conceitos bons e ótimos da turma e perguntaram o porquê de ninguém ter ficado com notas vermelhas como de costume. Respondeu que valeram a pena os esforços para levar atividades avaliativas de diversos tipos, que explorem as habilidades diferentes de cada um, dando a chance de todos mostrarem o que sabem fazer de melhor e também de desenvolverem mais as outras habilidades que ainda não têm.


Beatriz acredita que seu objetivo foi plenamente atingido. Por meio da avaliação diferenciada, conseguiu despertar, mostrar, inspirar e revelar potenciais dentro do benevolente espírito de um Educador Soka. Afinal o aprendizado de um aluno não pode ser passado adiante feito uma “batata quente”, precisa acontecer aqui e agora. “Utilizar várias estratégias com o objetivo de contemplar cada aluno, ajudando-o a ser feliz enquanto aprende é uma estratégia de um verdadeiro professor humanista”, finalizou a professora Beatriz.

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