13 de May de 2013

As mães da Soka Gakkai

Uma singela homenagem àquelas que preservam a dignidade da vida!

Fumie Ushiroda e sua neta mais nova, Letícia

Issuzu ladeada pelas três filhas

A mãe do coração Rosana e a filha Tainá

As muitas horas de labuta estavam enfim cobrando seu preço. Sentada em oração, Fumie lutava para manter os olhos abertos. Na mão direita segurava uma agulha que, à medida que o sono tentava roubar sua atenção, espetava-se para manter-se desperta e completar sua meta.


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O sonho da maternidade já lhe parecia quase impossível após o terceiro aborto. Shirlei, após as duas primeiras interrupções espontâneas na gestação, pensava ser obra do acaso simplesmente. “Muita agitação, cansaço, trabalho excessivo”, pensou. Porém, após a terceira ocorrência, preocupou-se seriamente.


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“Miomas!”, foi a sentença do médico. Estes cistos benignos que surgem em mulheres de todas as idades são responsáveis por um sem-número de infertilidade. No caso de Rosana, a gravidade do problema teve de ser solucionada radicalmente: esterectomia total, ou a retirada total do útero. “Meu sonho de ser mãe foi destroçado...”.


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Neste mês dedicado às mães de todo o mundo e mais particularmente às grandes mães da família Soka, prestamos uma singela homenagem a todas elas por meio da história de três mulheres. Três seres humanos comuns – como todos nós – mas que com coragem e determinação venceram suas limitações e conquistaram vitórias significativas em suas vidas. São exemplos de mães Soka Gakkai!


A viuvez de Fumie Ushiroda pegou-a totalmente desprevenida. Ninguém poderia supor que aos 36 anos ficaria sozinha no mundo com oito crianças, com idades que variavam de 14 a um ano. O marido era seu arrimo, seu pilar de sustentação, seu porto seguro. Em um instante, aquele homem alegre, altivo e determinado se fora para sempre. O casal vivia a duras penas da renda de uma pequena quitanda. No mesmo imóvel, a família toda acomodava-se com esforço em três cômodos nos fundos. A jovem Fumie exercia a função de responsável por um Núcleo da BSGI que abrangia outras cidades da região de Americana. Corria o ano de 1979.
“Não posso dar conta da função na organização e de meus filhos, tenho que trabalhar”, lamentou-se Fumie à dirigente máxima do Núcleo Feminino da BSGI na época, Silvia Saito. Esta senhora possuía uma forte intuição e um sincero e puro desejo de realmente ajudar a todos que a procuravam. Compadecendo-se do desespero de Fumie, Silvia não hesitou e, reunindo toda a sua benevolência, disse-lhe: “Não! Você precisa continuar atuando. Se eu fizer o que deseja, jamais transformará a sua vida e seus filhos sofrerão! Por ter total e absoluta convicção de que sua vida se modificará completamente é que lhe digo isso. Persevere em sua atuação!”. Essas palavras calaram fundo em seu coração.
Lembrou-se que sua mãe também ficara viúva cedo. E tinha cinco filhas! Se sucumbisse àquela adversidade – aparentemente desesperadora! – a história poderia se repetir na vida de alguma de suas meninas. No alto de seus quase metro e meio, Fumie decidiu-se, por todo amor que nutria por suas filhas, por fazer a sua revolução humana.
Durante os anos que se seguiram, sua vida foi trabalhar, atuar à noite nas atividades da BSGI e, cuidar dos filhos. “A grande incentivadora de todos nós foi, sem qualquer sombra de dúvida, a maravilhosa família Soka!”, conta a filha mais velha, Tiaki. Segundo ela, sua mãe era incansável. Mesmo exausta, estava sempre sorrindo. E tinha nos companheiros da BSGI a sua fonte inesgotável de esperança.
“Eu me lembro com gratidão dos amigos que sempre vinham nos incentivar, trazendo sua mensagem de esperança”, conta Tiaki, “não fosse por eles minha família não teria conseguido”.
Quem vê esta família hoje, passados 34 anos, não imagina tudo o que viveram e enfrentaram. São pessoas bem sucedidas, empreendedores e abnegados voluntários que mantém sua firme determinação de transformar este mundo por meio de sua atuação para a construção de uma Cultura de Paz perene.



Aos 21 anos, Shirlei Issuzu Maki era uma moça como todas as outras. Recém casada, tinha seus sonhos e neles havia sempre a presença de crianças. Tal ideia era tão natural que nem após o segundo aborto espontâneo ela supôs que havia algo errado. Pos a culpa em sua vida corrida. “Só depois do terceiro é que eu comecei a achar que podia haver algum problema”, conta.
A primeira providência foi buscar ajuda médica. Um dos médicos procurados, um grande especialista em reprodução humana, chegou a ser taxativo quanto a sua infertilidade. “Eu sai do consultório muito brava!”, enfatiza Shirlei, “como assim?!?!? Um médico olha para você, nem examina direito e diz que não pode ter filhos?”.
Voltou para casa e, baseando-se nos princípios da filosofia humanística do budismo Nitiren, decidiu que mudaria sua condição. Para tanto, empenhou-se na prática individual da filosofia com um desafio pessoal gigante. Cumprida a meta, alguns meses depois, Shirlei engravidou de sua primeira filha. Era o ano de 1984!
Aquele era o ano da terceira visita de Daisaku Ikeda ao Brasil e a BSGI preparava um grande festival cultural e Shirlei era uma das principais responsáveis pela apresentação do número de frevo, que seria dançado pelas jovens componentes do Núcleo Feminino. Determinada a empenhar-se completamente para o evento, Shirlei conseguiu enfim levar uma gravidez até o final. Nascia Chrissie Mitsuko!
E, marcando ciclos de cinco anos, em 1989 veio Raniy Taeko e, em 1994, Thais Hiroe. Três lindas jovens que hoje herdaram o ideal da mãe e são exemplos da juventude Soka.



Rosana Noda precisou de todas as suas forças para não sucumbir ao veredito médico de que precisava submeter-se a uma esterectomia parcial. Mesmo sendo parcial neste primeiro momento, já era uma sentença fatal ao seu sonho de maternidade.
Porém, durante a recuperação e negando-se a resignar-se simplesmente, Rosana já tinha novo projeto: a adoção. Sua vivência dentro dos “jardins da Soka Gakkai”, como ela mesma conta, fez dela uma guerreira que não se esconde ao ser confrontada com uma dificuldade. Por isso, mesmo não tendo a mínima ideia de como proceder, e foi à luta descobrir. Buscou informações junto aos órgãos competentes. “Eu resolvi sacudir o corpinho e ir à luta!”, conta. Pelas vias normais um processo de adoção é lento e pode levar vários anos. Principalmente quando o desejo é por um bebê, que é o caso da maior parte das famílias que decidem-se pela adoção. Mas, no caso de Rosana, o Universo conspirou para que seu caso contrariasse totalmente o senso comum, pois ela decidira ter um filho para ser um grande valor para a humanidade.
Em uma dessas idas e vindas, encontrou uma conhecida com quem trabalhara há algum tempo. Essa moça, grávida de sete meses, veio saudá-la. Contou que estava ali para dar seu bebê em adoção pois não tinha condições de criá-lo. Ao saber do interesse de Rosana em adotar um bebê, ofereceu-lhe o seu.
“Eu não podia acreditar! Eu estava ali para conhecer o processo e um bebê me vem assim”, exulta. Foi assim que Tainá, hoje com 18 anos, entrou em sua vida. Contrariando os prognósticos dos contrários à adoção, a menina cresceu saudável, tranqüila e, o que é mais importante, ciente e orgulhosa de sua condição de “filha do coração”.
“Ela tinha 3 anos e, ao voltar do pernoite na casa de um casal conhecido, me disse ter conhecido uma menina que era adotada”, explica Rosana. Desde a adoção, Rosana queria encontrar a melhor forma de participar à filha o processo de sua adoção. E sua intuição disse-lhe que aquele era o momento tão esperado. Ela simplesmente emendou à fala da filhinha: “É mesmo? Então ela é como você: minha filha do coração”. Ansiosa pela reação da pequena Tainá, continuou a explicar que não lhe contara antes pois esperava o momento certo e este havia chegado.
A reação da criança não poderia ser melhor. A partir daquele momento, passou a se apresentar como adotada a todos, com indisfarçável orgulho. “Sou adotada!”, diz a quem lhe pergunta. Criada dentro da família Soka, é integrante do Coral Filarmônico, junto com o pai e a mãe. “Eu nunca poderia ter vencido se tivesse sido indecisa nos momentos mais importantes. Não existe nenhum outro lugar além da minha vida diária no qual pudesse provar a veracidade desta filosofia incrível. Venci graças às orientações do presidente Ikeda, que me proporcionaram muita felicidade, e ao apoio dos meus amigos da BSGI!”, finaliza Rosana, mãe do coração.

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