Em 1968, ano em que turbilhões de ações desconexas sacudiram o planeta mudando sua conformação completamente, o jovem Daisaku Ikeda já à frente da presidência da Soka Gakkai, empreendeu contínuos esforços para o restabelecimento das relações entre a China e o Japão. Em comemoração aos 40 anos deste fato histórico, protagonizado pelo líder da SGI, foi lançado um livro sobre a amizade entre o dr. Daisaku Ikeda e o então primeiro-ministro chinês, Chou Enlai. Originalmente publicada em chinês, em 2011, teve tradução pela Universidade Soka e foi lançada no Japão este mês.
Foi em uma reunião de estudantes que se deu o início da campanha promovida por Ikeda, rumo ao restabelecimento das relações sino-japonesas. Em uma ousada palestra os 20 mil privilegiados participantes ouviram incrédulos e emocionados, seu líder tecer argumentos favoráveis que beneficiariam a ambos os países. A incredulidade advinha do profundo antagonismo que as duas potências nutriam entre si, no que se refere à ideologia e à política externa.
Muito criticado por esta palestra, ele manteve-se firme em seu propósito pois acreditava que a reintegração da China na comunidade internacional era vital para a consolidação de uma paz perene. Sua resoluta determinação mostrou-se essencial para o restabelecimento das bases para uma série de trocas em nível político com a China, que culminou na restauração das relações diplomáticas em 1972. Suas ações têm amplo reconhecimento em toda a China.
"A diplomacia deve ser realizada pelos políticos ... Somos todos humanos, partilhamos uma humanidade comum que é a mesma se é russo ou chinês. É importante ser capaz de compartilhar sinceramente pensamentos sobre questões como a paz, a educação, o mundo. De outra maneira a discussão torna-se puramente política, uma questão de poder, de quem é fraco e quem é forte. É fundamental que, de alguma forma, quebremos este ciclo destrutivo”, enfatiza Ikeda sobre sua forma de pensar no que tange a diplomacia internacional.
Segundo ele, a solução mais eficaz para qualquer conflito, “é algo que todas as pessoas têm o poder de aplicar: o diálogo”.
Diálogo para a paz
Já no início da década de 1960, o premier chinês Chou Enlai já instruíra seus assessores a buscar informações sobre a Soka Gakkai. Quando soube da palestra e de seu conteúdo, foi tomado por uma simpatia clara pela Soka Gakkai. Tal fato ficou claro quando Ikeda visitou a China pela segunda vez e se reuniu com o premiê Chou. Embora o primeiro-ministro chinês estivesse internado com câncer terminal naquele momento, ele insistiu em reunir-se com Ikeda. O teor do diálogo entre os dois grandes humanistas deixou clara a disposição de ambos em prosseguir firme e resolutamente pela causa da paz entre os dois povos.
Uma amostra do quão profícuo vem sendo os esforços empreendidos pelo presidente da SGI é o comentário de Dom Pinghua, ex-presidente da Associação de Amizade China-Japão: "a ‘golden gate’ erguida pelo presidente Ikeda tem uma construção peculiar: quanto mais pessoas atravessam-na, mais sólida ela se torna". E este, na verdade, é o propósito essencial da SGI em suas ações pelo mundo.