25 de February de 2013

Há 20 anos na Academia Brasileira de Letras

Instante em que Daisaku Ikeda recebe o diploma como sócio correspondente da ABL

A arte estende a sua mão
e chama a alma para a serena floresta
que enche de paz o coração humano
para o jardim onde brilham as flores da imaginação
que passeia pelo céu.
Chama para as alturas do sublime campo
da sabedoria
e para o horizonte sem fronteiras
da Civilização Universal.
(frag. do discurso A Arte e a Espiritualidade no Oriente e Ocidente, de Daisaku Ikeda, proferida na Academia Francesa de Letras)



“É preciso cultivar cada dia mais os valores espirituais com a intenção de construir uma verdadeira Civilização Universal, sem a qual não surgirá a alvorada da esperança no século XXI”, enfatizava Daisaku Ikeda há 20 anos em seu discurso de posse como sócio-correspondente da Academia Brasileira de Letras – ABL, em 1993, quando de sua quarta visita ao Brasil. A cadeira que ocupa, a de número 14, já teve nomes ilustres como o inglês Herbert Spencer, o polonês Jean Finot, o francês Ernest Martinenche e o espanhol Ramón Menéndez Pidal. Ikeda é o primeiro e ainda único oriental a ocupar um lugar da ABL.
Enquanto o mundo atual parece atordoado pela avalanche de problemas oriundos da extrema especialização das áreas do conhecimento humano, a versatilidade e flexibilidade do brasileiro, fruto de sua diversidade étnica-cultural, desponta como sendo suas maiores virtudes. Ikeda, profeticamente, naquele 12 de fevereiro de 1993, afirmava com propriedade visionária: “sou um dos que acreditam que para se alcançar a harmonia e a integração dentro da diversificação – no intuito de desbravar o horizonte da Civilização Universal – são inestimáveis o peso e a importância da cultura brasileira. Parece-me evidente, também, que a democracia étnica da sociedade humana brasileira, virtude mundialmente reconhecida, é um tesouro histórico da humanidade”.
Com espantosa sagacidade, em seu discurso de posse, Ikeda dispara uma pergunta aos seus convivas: Qual a essência que repousa oculta nas profundezas da herança espiritual do povo brasileiro, capaz de fascinar tantas pessoas, milhões de pessoas? A resposta ele tece ao longo de seu texto, citando grandes autores da literatura mundial, mas especialmente, a obra máxima de Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas. Ele enfatiza que a saga do jagunço Riobaldo “pelos valores do mundo primitivo, (..) produziram em mim um efeito semelhante ao das montanhas íngremes primorosamente pintadas ao fundo em perspectiva”. E afirma ainda que “a religião deve, na prática, forjar a espiritualidade humana elevando-a para o bem, e ser o ponto de partida para estabelecer a harmonia mundial”.
Ele denomina como Grande Universalismo a essência do povo brasileiro. Tal característica contrapõem-se a um certo “universalismo” de mão única, preconizado ao longo da primeira metade do século XX, em especial pelas academias européias, conceito calcado sobre a ideia reducionista da especialização, em contraponto à diversificação. Ele alerta para o fato de que trata-se de um “pseudo-universalismo”, aplicável apenas a áreas limitadas, válido somente para casos isolados e particulares.
E, ao final, profundamente tocado pela honraria que lhe foi concedida, Ikeda coloca-se humildemente: “apesar da minha irrelevante força, tenho a firme determinação de trabalhar, cada dia mais, para desbravar essa espécie de Grande Sertão da espiritualidade universal”.


Opiniões
O poeta e escritor Edson Cruz registrou em seu blog, sua admiração pelo humanista japonês. “O discurso que ele fez na ABL, ao assumir a cadeira, foi surpreendente. Falava da obra de Guimarães Rosa e da visão espiritual que ela apresentava com uma profundidade e conhecimento que nos fazia duvidar que ele fosse um japonês. E sob muitos aspectos, logo fui descobrindo, ele não o era. Talvez o menos japonês dos filósofos e escritores japoneses. Com uma visão global do mundo e com um conhecimento enciclopédico de todos os escritores ocidentais que interessam. Cita-os constantemente em seus discursos com propriedade e eloqüência invejáveis”, escreveu Cruz.
Já para a poeta e imortal da ABL, Rachel de Queiroz, que esteve presente à cerimônia de posse, o discurso de Ikeda impressionou-a profundamente. “Não conheço ninguém que tenha se utilizado das palavras dele [Guimarães Rosa] de forma tão esmerada. A sua literatura é considerada uma das mais complexas do Brasil em termos de compreensão”, explicou. A poeta foi amiga de escola do escritor e pertenciam ao mesmo círculo de literatos. “Como éramos amigos de longa data, eu entendo que a visão que ele tinha da religião é bastante parecida com a do presidente da SGI”, afirmou Raquel de Queiroz.
O então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, louvou não somente as palavras, mas também o posicionamento sócio-político-cultural de Daisaku Ikeda. “Uma personalidade superior, capaz de conferir aos seus altos propósitos em favor da humanidade uma característica que eleva e engrandece o espírito, não apenas do povo nipônico, como também da Humanidade inteira!”, exclamou Athayde.

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