Roda de Conversa com Oriana Write
Como a mídia interfere na formação da subjetividade da opinião pública para o bem e para o mal? Este e outros questionamentos foram temas da Roda de Conversa promovida pelo Departamento de Comunicação (DECOM) da BSGI no último dia 7 de julho. A psicóloga e doutora em Comunicação, Oriana Monarca Write, foi a convidada do grupo para a troca de ideias sobre a influência da mídia na formação da identidade social e individual. O encontro faz parte das atividades bimestrais do Decom, que visa o aprimoramento dos membros como comunicadores humanistas focados na disseminação dos conceitos de paz, cultura e educação da SGI.
Outros questionamentos foram levantados e discutidos ao longo do encontro: quais são os mecanismos psicológicos advindos dos estímulos televisivos que interferem na formação de nossos conceitos sobre nós, nossa sociedade e o mundo onde vivemos? Como nós repercutimos e reproduzimos estas mesmas ideias? Como nos livrarmos dos pensamentos repetitivos e seu efeito subliminar?
Partindo dessas questões e das crenças de que à medida que nos comunicamos recriamos a nossa própria cultura e transformamos as nossas identidades –individual e social – e de que a mídia tem influência direta sobre a construção da subjetividade de sua audiência, Oriana White, diretora de pesquisa do NEF – Núcleo de Estudos de Futuro da PUC – apresentou pontos de sua tese de doutorado na ECA/USP.
O trabalho da pesquisadora aponta para o desenvolvimento da consciência coletiva, onde a troca de informações passa acontecer não só por meio dos canais tradicionais de comunicação e das novas redes sociais, mas através de conexões mentais e espirituais. “Além da evolução biológica, vivemos a evolução mental. Não só a mudança no corpo, mas nos pensamentos e nas atitudes. A evolução da consciência humana, o desenvolvimento interior”, afirma Oriana.
Como sobreviver à manipulação da mídia, ao excesso de informações e à falsa ideia de que se sabe tudo? Essa foi a principal questão debatida durante a Roda de Conversa. A palestrante propôs a seguinte provocação: estamos vivendo a falência dos tradicionais meios de comunicação para vivermos um novo momento? “Tudo começa ao tentar a comunicação através mente”, diz Oriana. “Vivemos o despertar da consciência interna, da existência do indivíduo e suas singularidades que faz parte de um todo”, reforçou, lembrando ainda que “as crises são uma oportunidade, um desafio para nos adaptarmos, mudarmos e adotarmos um novo modo de pensar”.
Presente ao encontro, a vice-presidente do NEF e associada da BSGI, Rosa Alegria, em sua participação na discussão, ressaltou que, em tempos de redes sociais e web 2.0, o que se destaca mais “é a revolução da informação que acontece por meio do compartilhamento sem interferências”. É um modo totalmente novo de se fazer comunicação e que possibilita um sem número de interações espontâneas. O resultado de tais interações podem ser verificados nos recentes acontecimentos/manifestações populares que vem assombrando o planeta e, mais precisamente, o Brasil.
O diálogo levou os integrantes do DECOM a refletirem sobre o papel de cada um como um propagador dessa onda chamada de ‘ressonância’, que o filósofo, poeta e presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda vem enfatizando há anos. Segundo ele tal conceito é capaz de transformar simples pensamentos em cultura, paz e educação, por meio de uma teia neural que perpassa as fronteiras entre nações.
(Colaborou Silvana Rosso e equipe DECOM)
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