Ousadia e destemor. São características dos jovens. De todas as épocas. E, em todas as épocas, foram os jovens os protagonistas das revoluções que mudaram o curso da Humanidade. Muitas vezes temperamentais, exasperantes, irritantes e irritáveis, estas características são também importantes para a evolução da espécie. Por trás destes rompantes rebeldes, esconde-se a inquietude de um ser inconformado com o mundo que o cerca e por isso engaja-se na importante tarefa de contestar, visando modificar padrões, derrubar dogmas e destruir paradigmas.
O dia 16 de março, marca o início de uma revolução sem precedentes que iniciou-se em um evento que reuniu seis mil jovens, clamando por uma nova era, livre de guerras e de armas nucleares.
O ano era 1958. O então segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, a despeito de todo o esgotamento físico que uma somatória de doenças lhe impunha, fez-se presente e conclamou os participantes, com força e jovialidade impressionantes, a unirem-se a ele na luta por uma paz perene. Daisaku Ikeda, o homem que o sucederia dois anos depois, contava naquele dia com tenros 31 anos.
E, sob o comando de Ikeda, ao longo de cinco décadas, estes cinco mil multiplicaram-se em milhões. Tanto os jovens em idade quanto os demais jovens em espírito e atitude. Indivíduos que promovem um movimento anônimo e amistoso em lares, escritórios, ruas e praças, clubes, grupos. Uma imensa multidão de voluntários unidos pelo propósito único de construir uma sociedade de valores baseados na cultura de paz.
“Cabe a nós construirmos um mundo sem guerras. Cada um deve se perguntar se é meramente uma tarefa impossível, ou se deve continuar a desafiar, mesmo em meio às maiores dificuldades – todo o destino do século XXI depende desta decisão", enfatiza o filósofo, pacifista e humanista Daisaku Ikeda, em seu ensaio, Pensamentos sobre a paz.
Neste mesmo texto, Ikeda enfatiza que “a paz nunca poderá ser atingida se houver uma atitude passiva de somente aguardar pelo futuro”. Ele afirma que é necessária a participação de todos, “não importando o quão fraco possamos pensar que somos, para construir um profundo alicerce pela paz em cada coração, que possa perdurar e posteriormente silenciar, os incessantes chamados pela paz”. E finaliza afirmando que “depende de nós construir um mundo sem guerras. Nós iremos desistir deste objetivo ou iremos continuar o desafio, mesmo que haja grandes dificuldades? Neste sentido, o destino do século XXI está em nossas mãos”.
Dessa forma, a partir do impulso e determinação de um único jovem, hoje são milhões. Juntos eles formam um dos mais importantes movimentos pacifistas do globo, realizando eventos, visitas familiares, reuniões de aprendizado, encontros e diálogos, tudo voltado à missão de construir um novo mundo em que paz e humanismo sejam as palavras de ordem e a premissa básica de uma humanidade fraterna e solidária.