Escola Soka do Brasil
Como forjar seres humanos capazes e conscientes para enfrentar os grandes desafios da era atual? Diferentemente das escolas tradicionais, a Educação Soka não se baseia na simples transmissão de conhecimento, ela visa orientar o processo de aprendizagem para equipar o aluno com as ferramentas de pesquisa e assim, ele próprio construir o seu conhecimento. Segundo o próprio professor Makiguti:
“Não é a mercantilização da informação fragmentada, ou a simples aquisição dos métodos de aprendizagem por conta própria. Em vez de incentivar os alunos a apropriarem-se dos tesouros intelectuais descoberto pelos outros, devemos capacitá-los a realizar por conta própria o processo de descoberta e da invenção”.
Tsunessaburo Makiguti foi um educador que sempre buscou maneiras de inspirar em seus alunos o gosto pela aprendizagem. O primeiro passo para isso foi afastar-se totalmente do método da memorização de fórmulas e conceitos, até hoje utilizado pelas escolas tradicionais.
Enquanto se formava o educador, em sua juventude, Makiguti viu desolado seu país voltar-se à guerra em todas as esferas sociais. Em especial, o sistema educacional japonês. As escolas tornaram centros de treinamento totalmente voltados à produção de súditos leais treinados para servir aos interesses do Estado. Os anos se passaram e o Japão se mostrou cada vez mais propenso ao caminho da expansão militarista. E o sistema de ensino tornou-se um meio de incutir a obediência cega às autoridades militaristas, cujas ações foram apresentadas como a expressão da vontade de um imperador supostamente divino.
Porém, a filosofia educacional de Makiguti, contrastava totalmente a estas tendências. Para ele, a educação só teria um objetivo: a felicidade plena das crianças. Portanto, a educação devia ser um meio pelo qual crianças e jovens poderiam abrir suas mentes e interagir criativamente com seu meio ambiente, ao invés de servir como uma ferramenta para moldar uma população dócil e obediente.
O sábio educador acreditava com todo seu ser no potencial das crianças e jovens. Estudou arduamente todas as teorias educacionais e filosóficas existentes. Buscava algo que lhe trouxesse alento e um meio para obter o resultado que desejava. Encontrou, enfim, tudo o que buscava na filosofia humanística do budismo Nitiren. Calcada no pragmatismo da religião, em princípios factíveis e concretos, percebeu que encontrara os fundamentos necessários para romper com as bases do sistema educacional japonês lacrado e hermético. A partir daí passou a conceber suas ideias, incansável e corajosamente.
O biógrafo norte-americano Dayle Berthel destacou três pilares da filosofia educacional de Tsunessaburo Makiguti:
As escolas Soka fundamentam-se, portanto, em um modelo de ensino focado na formação integral do ser humano. Como está expresso na missão da Universidade Soka:
A missão da Universidade Soka é fomentar um fluxo constante de cidadãos globais comprometidas com uma vida contributiva.
São três as metas que sustentam esta missão
Os valores promovidos baseiam-se nos princípios da filosofia humanística do budismo Nitiren, da paz, dos direitos humanos e da dignidade da vida. Devido a isso o currículo não é sectário, a busca pelo conhecimento deve contemplar múltiplas áreas e os objetivos educacionais são promovidos na universidade por meio do compromisso com a rigorosos projetos acadêmicos, diálogo livre e aberto, e valorização da diversidade humana.
Para o sistema educacional Soka, a educação é um processo de integração em que os alunos adquirem uma consciência da interdependência de si mesmos, dos outros e do meio ambiente. Valores estimulados pela academia – sabedoria, coragem e compaixão – não surgem espontaneamente. Eles são despertados em meio às pessoas, à medida que aprendem a importância de servir aos outros, ao mundo natural ao seu redor, e para a grande causa da paz e da liberdade.
