11 de November de 2012

O despertar da consciência

De um simples grupo de educadores a uma organização global

SGI: fonte de esperança e paz

Anos 1930. O mundo vivia em meio a mudanças profundas de comportamento. A crise mundial de 1929 refletiu em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana. Sofrendo com os efeitos da crise, no início da década de 30, o Japão viu acentuarem-se as já imensas diferenças socioeconômicas e o empobrecimento da classe operária. Como forma de alavancar a economia, intensificou a política expansionista, que havia sido iniciada no final do século XIX, quando invadiu a China e a Coréia. Foi em meio a esse cenário sombrio e belicista que o educador Tsunessaburo Makiguti, publicou a obra Soka Kyoikugaku Taikei (Sistema Pedagógico de Criação de Valores) e fundou a Soka Kyoiku Gakkai – Sociedade Educacional de Criação de Valores. Era composta por pessoas interessadas em promover uma mudança radical no sistema educacional japonês. Para tanto empreenderiam atividades educacionais e de estudos filosóficos em meio à sociedade. Este grupo foi o precursor da Soka Gakkai.
Makiguti não era um simples idealista principiante. Aos 32 anos, em 1903, já publicara o livro Geografia da Vida Humana, obra que tinha como foco as comunidades locais, mas conscientizando-as para que visassem a cidadania global.
Influenciado por grandes pensadores como o filósofo americano John Dewey e indignado com os rumos belicistas que o país vinha tomando inclusive nas escolas, Makiguti criou o sistema educacional que o celebrizou. “Em vez de fornecer o conhecimento em si, devemos incentivar a alegria e a emoção que surgem de aprendizagem”, disse o professor numa certa ocasião. Segundo ele "O objetivo da educação não é transferir informações, mas orientar o processo de aprendizagem, de forma a equipar o aluno com os métodos de investigação". As ideias de Makiguti, no entanto, distoavam totalmente às da sociedade em que estava. Para ele, a educação devia visar única e exclusivamente a felicidade das crianças, buscar os meios pelos quais as crianças podiam abrir suas mentes e interagir de forma criativa com o seu ambiente, em vez de servir como uma ferramenta para moldar as consciências de uma nação, tornando-a dócil e obediente.
Pouco antes disso, em 1928, aos 57 anos, o educador conheceu a filosofia humanística do budismo Nitiren e foi profundamente tocado por suas ideias. Sentiu que encontrara nela tudo aquilo que sempre havia buscado na vida. A partir de 1930, passou a dedicar-se quase que integralmente às atividades da organização que fundou.
Em 1935, o estatuto da Sociedade Educacional de Criação de Valores ficou pronto. O artigo 1º estabelecia o seu nome e o artigo 2º estipulava que seus objetivos estivessem voltados para as pesquisas relacionadas à criação de valores, ao desenvolvimento de professores altamente capacitados e à reforma do sistema educacional do país. Paralelamente a isso, a organização voltou-se também à propagação dos ideais humanistas do budismo Nitiren, por meio de reuniões de palestra que tornou-se, posteriormente, na principal atividade do grupo.
Quanto mais o país mergulhava em sua saga expansionista, mais o educador se mantinha firme e convicto do equívoco da guerra e do militarismo. Makiguti viu seus amados alunos serem treinados no manejo de armas e estratégias militares de combate. Seu coração ardia com tal fato e, junto com seu mais fiel discípulo Jossei Toda, passou a criticar duramente a política do governo japonês.
Em 1940 já eram 500 famílias filiadas à Soka Kyoiku Gakkai. A Segunda Guerra Mundial eclodira em 1939 com a invasão da Polônia pelos nazistas. O Japão mantinha-se firme e avançava, já anexara a China e a Coréia e continuava a buscar a dominação de novos territórios. Em paralelo, o governo japonês iniciava sua campanha de unificação religiosa, impondo a adoção do Xintoísmo, a religião oficial do Estado.
Inconformado, Makiguti recusou-se e foi preso em 1943. Seu discípulo Toda seguiu-o. A saúde frágil do educador, abalada pelos rigores do cárcere, levam-no ao coma e à morte na prisão, aos 73 anos, em 1944. O discípulo que o acompanhara à prisão, ao ser informado da morte de seu mestre, decide manter aceso o ideal do mestre.
Em 3 julho de 1945, os portões da prisão assistem a saída de um homem esquálido e frágil. Porém, em seu íntimo, Toda detinha um intenso ardor pelo ideal da paz. Nos 12 anos que se seguiram, a história registra incrédula a saga deste homem que, de um punhado de associados dispersos pela política autoritária imperialista, multiplicaram-se em centenas de milhares!
“Eu juro banir a miséria da face da Terra!”, esse foi o brado determinado de Toda ao sair da prisão e lançar-se à reconstrução da organização fundada por Makiguti.
A Soka Gakkai – Sociedade para a Criação de Valores – deu origem, em 1975, à Soka Gakkai Internacional (SGI), fundada por Daisaku Ikeda, discípulo de Toda, uma organização mundial, focada na construção de um mundo sem guerras, com base da filosofia humanista do budismo Nitiren.


Foi assim que, do despertar indignado de um educador visionário em 1930, hoje quase 200 nações do planeta possuem núcleos da SGI em seus territórios. O líder Ikeda é hoje um dos mais importantes pensadores pragmáticos da paz, empreendendo ações efetivas em prol do estreitamento de laços entre as nações.


Perpassando as chamas da guerra
Saltando por sobre o estrondo da civilização
Proclamando a nova verdade à humanidade
Aqui e ali, ilumina-se a luz da vida
(Fragmento do poema Anjos da Paz, de Daisaku Ikeda)


Dialogou com todos os grandes líderes do globo, fundou instituições educacionais e de pesquisa (Universidade Soka de Tóquio e de Los Angeles, nos EUA; o Centro de Projetos e Estudos Ambientais da Amazônia – CEPEAM; o Museu de Arte Fuji em Tóquio; a Associação de Concertos Min-On entre outros. Das cerca de 750 mil famílias associadas à Soka Gakkai em 1960, quando ascendeu à terceira presidência, hoje são milhões em todo o mundo.
São milhões de voluntários que, abnegadamente, empreendem ações diárias em suas comunidades em prol de um mundo sem guerras, focados no humanismo e na dignidade da vida.


 

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