A paz só depende de cada um cultivar a compaixão
A 30ª proposta de paz do poeta, filósofo e presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda enviada à Organização das Nações Unidas – ONU em 2013, Compaixão, sabedoria e coragem para a humanidade viver em paz, enfatiza a importância da solidariedade entre as nações. E este é o princípio norteador do texto. O filósofo e poeta faz um apelo ao planeta para que seja construída uma fortaleza de solidariedade que ultrapasse todas as diferenças étnico-ideológico-culturais, que todos se vejam simplesmente como membros da mesma família HUMANA.
Não existe nada mais sublime que a paz, repercute ele há mais de seis décadas à frente da Soka Gakkai Internacional, organização não-governamental filiada à ONU e que promove pragmaticamente ações efetivas para a construção de uma cultura de paz.
Em cada uma das muito bem traçadas linhas de Compaixão, sabedoria e coragem para a humanidade viver em paz, seu libelo é sobre o HUMANO ser e sua incrível capacidade de se reinventar e se recriar.
Desde 1983, há trinta anos, Ikeda anualmente reflete sobre as questões mais cruciais da atualidade, como a instabilidade social e financeira, o iminente perigo das armas nucleares e os conflitos pontuais como as que ainda afligem sociedades milenares no Oriente Médio.
No trecho a seguir, a sugestão do dr. Ikeda para a obtenção de uma perene cultura de paz:
“Para ajudar uma cultura de paz a fincar raízes no mundo inteiro, é necessário neutralizar pacientemente qualquer indício de ódio e de confronto. Como seres humanos, temos as ferramentas adequadas para essa busca: o diapasão da autoreflexão que nos deixa imaginar a dor dos outros como se fosse a nossa; a ponte do diálogo que nos leva ao encontro de uma pessoa no lugar onde ela estiver; a pá e a enxada da amizade com as quais cultivamos os mais áridos e desolados terrenos.”
Portanto, um dos possíveis caminhos para a libertação é a construção diligente e abnegada de sólidos e indestrutíveis laços de amizade, não apenas entre nações, mas partindo de cada indivíduo – um a um – imbuído da firme decisão de erradicar o mal a partir da raiz, refutando-o e disseminando sua proposição de reproduzir apenas o bem.
Dois desafios
O presidente da SGI trata ainda, em seu texto, sobre o que ele considera dois maiores desafios que o mundo enfrenta:
1. proibir e abolir as armas nucleares e
2. respeitar a cultura dos direitos humanos.
Sobre o primeiro, ele enfatiza sobre a crueldade e a desumanidade deste tipo de armamento citando as tragédias ocorridas no Japão e que puseram fim à Segunda Guerra Mundial:
“Os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki continuam a dar voz aos que clamam para que nenhum país seja vítima de ataque nuclear e que nenhum país se envolva numa agressão.”
Sobre o segundo ponto, Ikeda relembra que já se passaram 65 anos desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos. E alerta que muito pouco se avançou no sentido de torná-la realmente universal.
“O conceito de cultura e dos direitos humanos tem como objetivo a promoção de um ethos social, pelo qual as pessoas valorizem a dignidade humana. É uma forma de incentivar cada indivíduo a agir conscientemente para reforçar os seus direitos. (...) Para a criação de uma sociedade que respeite a vida, o sentimento do valor insubstituível de cada indivíduo deve desabrochar no coração de todos e, ao mesmo tempo, ser o fundamento dos laços humanos eu sustentam a sociedade. (..)
"Uma sociedade que não dá esperanças aos jovens não pode alcançar a sustentabilidade nem sequer construir uma cultura de direitos humanos. O esforço para garantir um nível de proteção social deve ter em mente esta verdade."
Ele encerra sua 30ª proposta de paz enfatizando que é urgente que se repensem os aspectos por ele apontados ao longo do texto e conclama a todos para a promoção de ações que construam uma sociedade mundial de paz e coexistência. E a chave para a concretização destes objetivos reside na solidariedade entre os cidadãos comuns.
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