Cerca de 200 pessoas prestigiaram a palestra “Atualidades em prevenção e tratamento de câncer de mama”, promovida pela Coordenadoria Cultural da BSGI, por meio do Departamento de Saúde (DEPAS) e com a colaboração do Departamento de Comunicação (DECOM). A palestra principal foi proferida pela médica mastologista, Fabiana Baroni Makdissi, mestre e doutoranda em Oncologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O evento, aberto e gratuito, aconteceu no dia 15 de abril, no auditório do Centro Cultural da BSGI.
“A mulher precisa conhecer-se, saber o que é e o que não é normal em seu corpo e por isso o auto-exame é fundamental nesse processo”, ressaltou a médica. Segundo ela, a maior parte das mulheres não têm esse referencial que é essencial no reconhecimento de qualquer doença e pode auxiliar o médico em seu diagnóstico.
Outro ponto relevante é a mamografia anual, um exame necessário e imprescindível a todas as mulheres acima dos 40 anos. “Autoconhecimento é a chave para a prevenção”, explica, “do total de casos diagnosticados, cerca de 40% tem detecção tardia e, destes, 20% vai a óbito”. Uma triste notícia para o Brasil: pelos indicadores apresentados, em 2012 serão 52 mil novos casos de câncer de mama, quatro mil a mais que nos anos anteriores. “É ainda mais lamentável quando se sabe que é um tipo de câncer possível de ser tratado e curado se tiver diagnóstico precoce”, alerta a médica.
São vários os fatores de risco para a doença, mas os predominantes e inevitáveis são: a) ser mulher; b) envelhecer. “Só o fato de ser mulher nos dá 100 vezes mais chances de desenvolver esse câncer do que os homens”, enfatiza.
A segunda palestra do dia foi proferida pelo casal formado pela jornalista Vera Golik e pelo fotógrafo Hugo Lenzi. Ambos desenvolveram um projeto de grande sucesso, a exposição de fotos-legenda “De Peito Aberto”, cujo enfoque são mulheres que passaram pelo câncer de mama. O objetivo da mostra é alertar e combater a discriminação. Ambos são associados da BSGI e vêm apresentando a exposição em locais de grande prestígio, como na sede da Organização das Nações Unidas, em 2010. No momento, a mostra encontra-se aberta à visitação do público paulistano, no metrô Clínicas, até o final de abril. Em seguida segue para estação Luz, durante todo o mês de maio e, finalizando a etapa paulistana, em junho, segue para a estação República. E foi durante as pesquisas para a montagem da exposição que a dupla conheceu a médica Fabiana.
Uma médica humanista
A jovem Fabiana decidiu-se pela medicina por acreditar no ser humano. Primeiro pensou em especializar-se em grandes queimados, mas mudou de idéia. A oncologia lhe surgiu no caminho e houve empatia. “Eu me encantei com a postura dos pacientes que, em sua maioria, buscam o tratamento, lutam, têm vontade e fé. Entendi que se trata de uma especialidade em que poderia exercitar minha vontade de ajudar”, conta Fabiana.
Seguiu naturalmente para a mastologia e daí para as diversas especializações na área. A médica é reconhecida pelos pacientes como uma profissional que realmente se preocupa com cada pessoa. Que busca a melhor maneira de tratar cada paciente. Embora todos os especialistas sejam unânimes em afirmar que a palavra cura só possa ser usada a partir de 10 anos sem nenhuma intercorrência, Fabiana discorda: “eu sempre acredito em cura, e verbalizo aos meus pacientes. Não posso conceber deixar uma pessoa sob uma lâmina que pode cair a qualquer momento sobre a sua cabeça, durante uma década! É cruel demais é desumano demais”, esclarece. “Prefiro que meus pacientes acreditem no poder que têm para se curar e viver!”, finaliza.