23 de September de 2013

Sempre haverá flores...

A exuberância das cerejeiras do Centro Cultural Campestre da BSGI

Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se nos deram voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar....!


Florbela Espanca


Quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos e o perfume desaparecer de nossas vistas, com certeza, perderemos a capacidade de perceber a vida...
Porque o silêncio das flores é o silêncio das almas! E a ausência dos aromas é o vazio do espírito, a incapacidade de perceber a flor é o ressecamento dos sentidos que carecem de sua delicadeza para que nossas pétalas enfraquecidas pelas intempéries da sobrevivência se recarreguem com sua essência vital de frescor, beleza, insumos imprescindíveis para o cotidiano insalubre que enfrentamos dia após dia.


A simbologia que a primavera nos fornece serve de ilustração para um dos mais importantes conceitos budistas: o hoshaku kempon, ou o ato de abandonar o transitório e revelar a verdadeira identidade. Embora aparentemente simples, o hoshaku kempon marca o real início da filosofia humanista do budismo Nitiren.


O fato que revelou esse conceito se deu quando Nitiren foi enviado ao exílio na remota e inóspita ilha de Sado, litoral do Japão, em setembro de 1271. Na verdade, as autoridades japonesas queriam-no morto. E bem que tentaram. Porém, no momento de sua execução por decapitação, um objeto celeste [1] cruzou o céu iluminando completamente aquela escura noite de setembro. A claridade oriunda deste objeto foi tamanha que tanto os samurais incluindo o carrasco – homens fortes e determinados que dificilmente se amedrontam com quaisquer eventos – cairam aterrorizados no chão. A morte iminente foi transmutada e Nitiren foi salvo.


Em seu exílio em Sado, Nitiren registrou que sua existência terminara. A partir daquele momento ele passava a ser o buda original. Ou seja; deixou sua forma transitória e passou a viver sua real identidade. Embora tivesse indícios disso antes, Nitiren só teve certeza quando da “quase” execução.


Portanto, o hoshaku kempon é o momento da revelação da real identidade de cada ser. É ainda o momento em que a vida e suas nuances se tornam claras: o indivíduo que percebe a sua essência começa a enxergar a totalidade de seu entorno com vivacidade, energia e determinação. Ou com a plena consciência de sua natureza de buda.
E é a SGI, por meio de suas afiliadas em 192 países que têm proporcionado os meios para cada um chegar ao seu hoshaku kempon. As ações promovidas pela SGI em todo o mundo visam evidenciar esta natureza tornando-a, palpável, tangível e principalmente perceptível.


Ou, metaforicamente, a percepção de sempre haverá flores, pois o inverno nunca falha em se tornar primavera! Não fossem ela e suas flores sucumbiríamos ao peso dos males que se sucedem. A primavera de cada um é o desabrochar de um novo ser, mais pleno, mais capaz e mais audaz!


[1] Este fenômeno meteorológico não se trata de lenda. Ele foi registrado em documentos antigos do Japão da época com testemunhos de centenas de pessoas que avistaram o clarão..

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